"Com a ajuda dos adeptos, somos imparáveis". Azuis e brancas vibram com tetracampeonato
Maria Leonor Coelho
O Dragão Arena explodiu de alegria e festejos, na noite desta quarta-feira, depois de o FC Porto vencer o quinto jogo do playoff da final, frente ao PV Colégio Efanor por 3-0, conquistando assim o quarto título consecutivo de voleibol.
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O trabalho diário, a evolução jogo a jogo e o apoio dos adeptos foram determinantes na conquista do tetracampeonato de voleibol feminino.
As azuis e brancas entraram com o pé direito no duelo decisivo, ao vencer o primeiro set por 26-24. Depois de um primeiro momento renhido, o FC Porto aproveitou a curta pausa para corrigir alguns erros e, durante o segundo set, mostrou uma vontade extrema de levantar o troféu, vencendo por uma margem de oito pontos. Contudo, a equipa do Colégio Efanor não baixou os braços e entrou no terceiro set de forma aguerrida, chegando mesmo a assumir uma vantagem de seis pontos, que foi recuperada pelo FC Porto a tempo de conseguir fechar o duelo por 3-0.
Foi uma falta na rede, por parte da equipa visitante, que fez soar o apito de Luís Meireles, atribuindo a vitória à equipa comandada por Miguel Coelho.
Erguer a taça de dragão ao peito
“Foi o dia mais feliz da minha carreira”, garante o técnico portista, em declarações ao Porto Canal, no rescaldo da partida. “Acabar um projeto, que foi construído para ganhar, desta forma, em casa, com esta reunião de adeptos e quase de família é muito bom, é um sentimento de dever cumprido”, assegura.
Sentimento partilhado por Ana Rui Monteiro, que descreve com emoção a sensação de ser campeã nacional de dragão ao peito. “É um sonho poder estar aqui, já era um sonho vir para o FC Porto, ser campeã é o máximo”.
A zona 4 está a viver um bom momento na carreira desportiva. Para além de ter erguido o troféu de campeã nacional, a atleta de apenas 19 anos foi um dos grandes destaques da fase de apuramento para o Campeonato da Europa de Sub-20, tendo despertado a atenção do selecionador Hugo Silva, que a convocou para a equipa sénior.
No FC Porto, encerrou a época na qualidade de atleta com mais jogos disputados, tendo já renovado pelas azuis e brancas. Ana Rui Monteiro quer agora “conquistar mais espaço aqui no clube e mais títulos”.
A equipa chegou a um consenso: ser campeão “é uma sensação inexplicável” e Gabi Coelho não fugiu à regra. A zona 4 agradeceu ainda todo o apoio vindo das bancadas, “num Dragão Arena cheio de adeptos a apoiar-nos, sempre com um ambiente incrível, sentimos muito apoio”.
Tetracampeonato a ser semeado desde setembro
Ao entrar no Dragão Arena, esta quarta-feira, Miguel Coelho já sentia que ia levantar o troféu. “Nós sempre sentimos que íamos ser campeões nacionais e sabíamos que o que a equipa produzia era suficiente”.
Na perspetiva do treinador, o plantel esteve mais perto de concretizar o objetivo a cada derrota. “As derrotas ensinaram-nos muito”, confessa, e permitiram que a equipa da casa vencesse o duelo decisivo pela margem máxima.
Taylor Sandbothe partilha da opinião do treinador e acrescenta que o trabalho tem vindo a ser desenvolvido desde o início da temporada. “Nós trabalhamos tanto, combatemos tantas dificuldades até chegar aqui, eu acho que isso mostra o trabalho que dedicamos”, realça a central portista.
Assistir ao triunfo da bancada
Afastada da quadra devido a uma lesão no joelho, Eliana Durão não conteve a emoção durante os festejos. “Foi um processo, não foi fácil sentir-me parte das conquistas da equipa, foi muito difícil estar de fora, mas hoje é com muita felicidade que estou a vê-las brilhar e a conquistar mais um título para o FC Porto”, confessa a distribuidora.
A jogadora lesionou-se em novembro, mas o percurso que estava a trilhar no início da época foi suficiente para lhe valer a renovação do contrato. “Foi a maior prova de confiança que alguma vez já depositaram em mim e foi, sem dúvida, darem-me uma mão num dos momentos mais difíceis da minha vida”.
Questionada pelo Porto Canal, Lila, como é carinhosamente apelidada pelos adeptos, garantiu já estar a pensar no pentacampeonato e no contributo que pode vir a dar à equipa, assim que estiver recuperada. “Quem está no FC Porto e não pensa em ganhar já no próximo ano, não está aqui a fazer nada”, remata a internacional portuguesa.
Em casa manda o Dragão
O fator casa foi decisivo nos cinco jogos do playoff da final. O FC Porto entrou com o pé direito no primeiro jogo, disputado no Dragão Arena, mas o Colégio Efanor levou a melhor no segundo, após vencer frente às azuis e brancas, na Senhora da Hora. No terceiro jogo, as portistas recuperaram a vantagem em casa, que foi igualada pelo Colégio Efanor no quarto duelo.
Na partida decisiva, o apoio dos adeptos mostrou-se determinante, atribuindo a vitória à equipa da casa. “O fator casa teve toda a relevância”, defende Miguel Coelho. “A energia que se sentiu, a consistência de toda a gente que esteve aqui connosco e a maneira como nos foram empurrando foi absolutamente incrível”, acrescenta o técnico.
As azuis e brancas despediram-se de uma época “com mais altos do que baixos” da melhor forma e fizeram o Dragão Arena explodir de alegria, num dia que ficou também marcado pelo abraço entre André Villas-Boas e Jorge Nuno Pinto da Costa.